A descoberta do Buda – Trabalhe

Sutra: Viva no amor. Trabalhe. Dê um fim nas suas tristezas.

Osho: Um Buda é um criador, um Jesus é um criador. As palavras deles, os atos deles, são somente prova de que Deus existe. A própria presença deles é prova de que Deus existe. A presença deles é criativa: na presença deles, milhares de pessoas são transformadas. Buda não é um escapista – ele não pode ser. Nenhuma pessoa desperta pode ser um escapista. Os covardes fogem, as pessoas corajosas são criativas.

Ele não é contra o amor, ele não é contra a criatividade, e não é contra o trabalho tampouco. Trabalhe – porque, a menos que você faça o trabalho que está perto do seu coração, você ficará insatisfeito. E o meditador descobre imediatamente qual é o trabalho dele; não tem que pensar sobre isso. É tão claro e tão gritante, que ele sabe que ele tem de ser músico ou tem de ser poeta ou tem de ser isto ou aquilo. Vem com tanta clareza que não existe nenhuma dúvida. E então ele começa a trabalhar – esse trabalho é sua meditação.

Há muitas pessoas que têm medo do trabalho. Elas não sabem que existe um tipo de trabalho que é totalmente diferente do trabalho que você encontrou na sua vida, e que o trabalho pode ser uma meditação.

E, se você conseguir deixar de lado a sua teimosia, o seu ego, então a animosidade também cairá por terra, porque a animosidade não é nada mais do que sombra do seu ego. Se não há ego nenhum, então, não há nenhuma animosidade; se há ego, há sempre a animosidade acompanhando-o. Quem quer que se interponha no caminho… E todo mundo irá se interpor, porque os egos não podem se ajustar um ao outro. Os egos estão sempre em conflito, os egos estão sempre brigando, eles são briguentos, por isso a animosidade.

Abandone o ego e veja a beleza da ausência do ego. Então, não há nenhuma animosidade, nenhuma raiva. Você se torna tão silencioso, sua energia se torna tão calma e serena, que, de repente, você começa a ver o mundo sob uma luz diferente, numa perspectiva diferente. Então, este mundo comum deixa de ser comum – ele se torna sagrado.

Raoni Duarte: O mundo irá mudar quando as pessoas começarem a trabalhar. O que vemos hoje, são bilhares de pessoas que vendem o tempo, que vendem suas energias, e isso, não é trabalho.

Trabalhar é colocar seus dons e talentos a serviço do bem maior, é utilizar tudo que você aprendeu durante a sua existência para o crescimento de todos.

Deus, o Todo, não dá um dom específico para alguém, Ele disponibiliza todos os dons que se possa imaginar para todos. O que acontece, é que nós temos um ego, logo, todos nós somos seres únicos, individualizados. Então durante nossas encarnações, vamos desenvolvendo os talentos, as habilidades, que mais ressoam conosco, que fazem nosso coração bater mais forte.

As pessoas se espantam ao verem crianças pequenas com uma grande habilidade musical. Ora meus queridos, não existem almas novas na Terra, nós estamos nascendo e “morrendo” no planeta azul há milhares de anos. O que eu quero dizer é que a criança de hoje foi o adulto de ontem e, esse adulto, desenvolveu talentos durante suas passagens pela matéria.

E a nossa missão, o nosso propósito, é nos reconectarmos com esses dons e talentos e nos colocarmos a serviço do amor. Esse foi o acordo coletivo que fizemos antes de “descermos” para essa atual encarnação.

Acontece que vivemos uma sociedade que foi pensada para nos desconectar dos nossos dons e talentos. Nós somos frutos de um ciclo vicioso de projeções. Muitas pessoas não trabalham com o que gostam, não fizeram o curso que gostariam, elas simplesmente seguiram o que seus pais determinaram, elas são apenas projeções. E a projeção tem duas formas clássicas de acontecer: ou eles querem que você siga a mesma carreira que eles, que é o conhecido, o que eles sabem que dá “certo”, o seguro, ou então eles querem que você seja o que eles queriam ser e não conseguiram, o que eles têm como melhor e não alcançaram.

E em qualquer um dos casos, se você seguir a recomendação sem que ela ressoe com você, estará fugindo do trabalho, estará abrindo mão de ser feliz em troca de algumas moedas e a aceitação da sua família e da sociedade.

E tenhamos compaixão com nossos pais, em boa parte dos casos, o que eles estão recomendando para nós também não foi algo que veio de dentro deles, foi o fruto das projeções dos nossos avós sobre eles. O ciclo está girando há milhares de anos.

E não é só a família que tenta nos moldar, a sociedade inteira está montada no que é bom ou ruim, nas profissões que dão ou não dão dinheiro. Tudo é pensado para nos tirar da nossa essência, para que você se desconecte do seu propósito.

Então se você quer se libertar do ciclo vicioso das projeções, se você quer realmente trabalhar, se você quer realmente cumprir sua missão, você terá que fechar um compromisso com o autoconhecimento. Enquanto você não olhar para dentro de si e falar: “Isso é projeção dos meus pais, isso é projeção da sociedade, isso é viagem do meu ego, agora, isso é o que eu realmente gosto, isso é realmente o que me dá tesão de fazer…”, enquanto você não classificar o que é seu, o que vem de dentro, estará fadado a ser infeliz no trabalho.

Ao serem perguntadas sobre o que fariam caso não precisassem de dinheiro, a resposta de muitas pessoas seria: “Fazer nada”. E essa resposta é compreensível, pois, as pessoas criaram uma ideia tão distorcida do trabalho, que o que vem à cabeça quando surge a pergunta, é simplesmente se opor ao trabalho, é o não-trabalho – o fazer nada.

E para as pessoas que pensam assim, eu digo: façam isso, façam nada. E digo isso, pois, foi esse o caminho que fiz. Foi quando eu disse para mim mesmo: “Ok Raoni, faça somente o que você quiser”, que eu me reconectei com a minha espiritualidade. Se minha vontade era ficar deitado na rede durante horas sem fazer nada, então eu fazia nada. Se minha vontade fosse de dormir, então eu dormia. Se minha vontade fosse de comer, eu comia.

E foi seguindo esse fluxo, foi deixando rolar, que eu me recordei do Despertando. Como eu estava completamente perdido, foi preciso, primeiro, dar um “reset”, observar e reclassificar tudo que eu achava como verdade, e achar que fazer nada fosse o que eu queria fazer, fez parte do meu processo.

Então se você acha que fazer nada é seu negócio, faça nada. Mas faça nada direito, sem medo, sem culpa, sem arrependimento. Faça nada, mas tão nada, até que o ego saia de cena, e então, você irá se reconectar com o seu Despertando. E não quero dizer que você irá fazer um blog sobre espiritualidade e sair cantando o amor aos quatro ventos, o que eu quero dizer, é que você irá se reconectar com seu propósito, você irá se recordar da sua missão.

E um bom lugar para começar a busca, é revisitando a sua criança. E não digo somente no sentido de se relembrar dos seus sonhos, do que você se imaginava fazendo, mas sim no sentido dos seus desejos mais puros, daquilo que permanece intacto dentro do seu coração. Tirando o que os seus pais desejam para você, tirando o que a sociedade deseja para você, tirando o que o seu “eu” formado pela soma dos dois anteriores mais seus medos deseja para você, o que faz seu coração bater mais forte, o que faz os seus olhos brilharem?

O que Buda quer dizer com “Viva no amor” é: se reconecte com você mesmo, viva sua verdade, esteja consciente dos seus talentos. Somente quando você estiver alinhado com seu propósito, somente quando você estiver consciente da sua missão, é que você realmente irá trabalhar, que realmente irá dar vazão a sua Luz. E quando isso acontecer, quando você se permitir ser um canal de manifestação do amor, você dará um fim as suas tristezas e passará a experienciar a felicidade plena, o trabalho meditativo.

Busque conhecimento, emita amor, seja Luz!

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