A descoberta do Buda – Viver arduamente

Sutra: É doce viver arduamente, e dominar a si mesmo.

Osho: Nós não estamos vivendo arduamente. Nós não estamos tentando escalar novas montanhas, novos cumes. Nós ficamos mais interessados no conforto, na segurança, na proteção. Buda diz: É doce viver arduamente.

Você alguma vez se divertiu escalando uma montanha? É difícil. Você transpira, a respiração fica difícil, você fica cansado. E então você chega ao pico ensolarado e depois se deita na grama… – e que relaxamento e que alegria brota do seu ser! O silêncio do pico e a árdua escalada, e você chegou; e a alegria de chegar! Você poderia ter sido deixado ali por um helicóptero, mas, nesse caso, não haveria nenhuma alegria. Teria sido confortável.

Edmund Hillary poderia ter chegado ao pico do Everest de helicóptero – teria sido mais fácil –, mas ele tentou do modo difícil. E escreveu: “Eu jamais havia conhecido tamanha bem-aventurança. Quando cheguei ao pico, eu estava sozinho, o primeiro homem no Everest”. Ninguém tinha visto o céu daquele ponto, ninguém tinha visto o mundo daquele ponto. Foi puro êxtase. Ele dançou.

Mais cedo ou mais tarde, os ônibus estarão indo até lá e os hotéis estarão lá e os cinemas, e aquilo vai ficar muito confortável. Mas não espere sentir o mesmo êxtase que Edmund Hillary, embora você esteja ali de pé, no mesmo lugar. Você parecerá um pouco bobo e estúpido, eis tudo. E você não entenderá por que Edmund Hillary dançou; não verá nenhum motivo para tanto. Por toda a volta, haverá hotéis e centros de informação para turistas e guias e tudo estará ali, disponível – o mundo todo estará ali. Você não verá o porquê de ele ter gargalhado, de ter se divertido, de ter dançado, porque você não sentirá nenhuma dança.

A vida é alegria somente quando você a vive sem artifícios, quando você a vive em todo o seu estado selvagem, quando você a vive naturalmente, espontaneamente. Sim, fatalmente haverá dificuldades, fatalmente haverá perigos, mas eles fazem parte da vida e, sem eles, a vida não será vida absolutamente. E esse é o único modo de dominar a si mesmo.

Raoni Duarte: Já dizia o mestre: “Vigiai e orai”.

E por que vigiai e orai? Porque por mais que você não acredite, ou que acredite somente quando tudo dá certo, são os seus pensamentos e sentimentos que criam a sua realidade.

Acontece que cerca de 90% das suas ações são oriundas do inconsciente, ou seja, 90% da sua realidade é criada de forma inconsciente. E não se trata de uma fatalidade da natureza, você precisa sair da visão romântica da vida e compreender que não está em um planeta de iluminados, você está em um planeta onde a força dominante sobrevive do seu inconsciente, manipulando sua realidade através do controle mental e emocional.

Então você precisa se tornar consciente que foi programado e que necessita iniciar o processo de desprogramação o mais rápido possível.

“É doce viver arduamente…”

E a única forma para se desprogramar é enxergando e compreendendo os programas e, a única forma de enxergar e compreender os programas, é através da observação. E a observação dá trabalho, requer energia, necessita de muita força de vontade.

E dá trabalho porque ela precisa ser praticada o tempo todo, não importa aonde você esteja, não importa qual seja a atividade que esteja exercendo, tudo tem que ser feito sob o estado de atenção plena, de pura observação.

Então tudo que você precisa fazer é ficar atento e a cada pensamento/sentimento negativo que tiver, trocá-lo por um pensamento/sentimento positivo, de alta vibração.

Mas o trabalho não para por aí, além de não se permitir vibrar pensamentos/sentimentos negativos, você precisa observar de onde eles vêm, quais são as suas origens. E somente quando você enxergar, somente quando tomar consciência das raízes das suas crenças, é que conseguirá se ver livre dos padrões negativos, é que poderá dominar a si mesmo.

Então o que Buda quer dizer nesse sutra é que tudo tem um preço e, o de se tornar um mestre de si mesmo, é o de viver o tempo todo na presença.

Busque conhecimento, emita amor, seja luz!

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