Sutra: Melhor que mil palavras vazias é uma só palavra que traga paz.
Osho: Uma história famosa:
Certa noite, um grande filósofo alemão, o professor Von Kochenbach, viu duas portas num sonho: uma que conduzia diretamente ao amor e ao paraíso e outra que levava a um auditório onde se fazia uma palestra sobre o amor e o paraíso. Não houve nenhuma hesitação da parte de Von Kochenbach – ele voou para ouvir a palestra.
A história faz sentido. É fictícia, mas não tão fictícia assim. Ela representa a mente humana: a mente está mais interessada no conhecimento do que na sabedoria, está mais interessada em informação do que em transformação. Ela está mais interessada em saber sobre a beleza, a verdade e o amor do que em sentir a beleza, a verdade e o amor.
Na superfície parece lógico: primeiro a pessoa tem de se familiarizar com o que é o paraíso; somente então, ela pode entrar no paraíso. Primeiro você tem de ter um mapa. Isso parece lógico, mas ainda assim é estúpido: lógico somente na aparência, mas no fundo completamente não-inteligente.
O amor não precisa que você tenha informação sobre ele, porque ele não é uma coisa externa a você, ele é o próprio âmago do seu ser. Você já o tem, você tem somente de permitir que ele flua. O paraíso não está em algum lugar lá fora, de modo que você precise de algum mapa para chegar lá. Você está no paraíso, só que caiu no sono. Tudo o que é preciso é um despertar.
O despertar pode ser imediato, o despertar pode ser repentino – na verdade, o despertar só pode ser repentino. Quando você acorda alguém, a pessoa não acorda devagar, devagarzinho, em partes, gradualmente. Ela não fica dez por cento acordada, então vinte, depois trinta, depois quarenta, noventa e nove vírgula nove e, então, cem por cento – não. Quando você sacode uma pessoa dormindo, ela acorda imediatamente. Ou a pessoa está dormindo ou está acordada; não há nenhum entremeio.
Mas as pessoas ficam presas às palavras – palavras que são vazias, palavras que não carregam nenhum sentido, palavras que não têm nenhum significado, palavras que têm sido proferidas por pessoas que são tão ignorantes quanto você. Talvez elas sejam instruídas, mas a instrução não dissipa a ignorância. Saber sobre a luz não vai dissipar a escuridão. Você pode saber tudo o que esteja disponível no mundo sobre a luz; você pode ter uma biblioteca na sua sala, composta apenas de livros sobre a luz, e ainda assim toda a biblioteca não será capaz de dissipar a escuridão. Para dispersar a escuridão, você precisará de uma pequena vela – isso fará o milagre.
Raoni Duarte: Em aproximadamente seis mil anos documentados sobre a sociedade terrena, em apenas trinta não tivemos o registro de guerras.
E as guerras são um indicativo do estado de consciência de uma nação planetária. Ela tem como fundamento o desiquilíbrio: quando duas partes não conseguem chegar a um acordo sobre algo, elas entram em guerra. E não chegar a um acordo sobre qualquer coisa, é uma desarmonia. Acontece que o universo, o Todo, é pura harmonia e, se não está havendo um acordo, uma ou ambas as partes estão contra o Todo.
O Todo é puro amor e, adivinha quem é contra o amor? Sim, o ego. Isso quer dizer que: uma nação planetária que pratica a guerra, é uma nação planetária regida pelo ego e, uma nação planetária regida pelo ego, é uma nação planetária de pouca evolução – pouca consciência.
É o ego quem quer controle, quer poder, quer ter domínio sob o outro. Esses são os reais motivos por trás de qualquer guerra. Todas as justificativas dadas até hoje são apenas “fachadas”, são desculpas. O que todos querem é a conquista.
Observe os filmes e seriados que retratam o passado da sociedade terrena. Retire do contexto toda a parte externa: a tecnologia disponível, a forma de se vestir, a maneira como a sociedade estava organizada – tudo. Foque sua atenção na consciência das pessoas, na forma como elas se comportavam, na visão de mundo que elas possuíam. Veja o quanto de: ódio, competição, conspiração, traição, luxúria e violência estavam presentes.
Agora analise os dias de hoje, utilize a mesma lógica. Retire todo o externo e observe a consciência das pessoas. Note que não existe diferença alguma entre as fases. Dezenas de centenas de anos se passaram e as energias que movimentam as pessoas continuam as mesmas.
O único avanço que tivemos foi o tecnológico. Uma mensagem que antes demoraria meses, ou até anos, para chegar ao seu destinatário, hoje, é entregue instantaneamente em qualquer canto do mundo. As guerras que antigamente eram feitas na base da espada, hoje, são feitas apertando botões.
Nos tempos de Gautama, eram poucas pessoas que tinham o poder da palavra, que tinham seus discursos difundidos para a massa. Esse privilégio estava nas mãos dos reis, das autoridades religiosas, das pessoas mais influentes. Hoje, com a inclusão digital, qualquer um pode se tornar um viral, qualquer um pode atingir um grande número de pessoas.
E não importa quem esteja proferindo as palavras: do mais nobre ao mais humilde, de dois mil anos atrás ou o último post no facebook, o que todos estão dizendo são palavras oriundas do ego, oriundas de uma visão de mundo onde existe a separação. São essas palavras que causam as guerras, são elas as responsáveis por temos quase um bilhão de pessoas passando fome nos dias atuais. Palavras vazias…
Em tempos de transição planetária, substitua o barulho, a agitação proposta pela mente, pela tranquilidade, a quietude, a retidão da consciência. Invista seu tempo na prática do silêncio, pois: “Melhor que mil palavras vazias é uma só palavra que traga paz”.
Busque conhecimento, emita amor, seja Luz!
Uma resposta
Faz muito sentido quando você diz que se estamos lendo um texto é que de alguma forma vibramos ele. Chamei essas palavras e elas me chamaram! É otimo perceber visoes de mundo harmonicas, e esse portal/site pra mim tem sido isso: harmonia. Espero mais posts! Abraços